terça-feira, 12 de agosto de 2014

Interiores domésticos portugueses, finais do século XIX para o XX, continuação



A iluminação a azeite era comum nas habitações de Lisboa, como temos visto nas publicações anteriores. Além deste combustível havia o petróleo, o gás e a electricidade.




Sala de visitas no Palacete Viscondessa de Valmor, na Avenida da República, em 1909. No primeiro plano temos um bico de gás, com globo e chaminé, e uma lâmpada eléctrica com tulipa. A coexistência deste tipo de iluminação era comum, visto a luz eléctrica ser instável e fraca.

A fotografia é da autoria do fotógrafo Achilles e foi retirada da revista A Architectura Portugueza 2º ano n.º 6.




Sala de jantar do actor Augusto Rosa, em Lisboa, fotografada em 1910. O candeeiro de tecto era a gás, com globos e abat-jour de vidro com franjas.

Fotografia de José Artur Leitão Bárcia retirada do site de pesquisa da Câmara Municipal de Lisboa.




Sala de estar do actor Augusto Rosa, na mesma sessão fotográfica. Na mesa, em primeiro plano, um candeeiro a petróleo com abat-jour de tecido. O actor está sentado numa cadeira virado de perfil. Do tecto pendem dois lustres com velas.

Fotografia de José Artur Leitão Bárcia retirada do site de pesquisa da Câmara Municipal de Lisboa.




Sala de jantar, sem data, iluminada por um candeeiro de tecto a gás. O abat-jour é de vidro com franjas de vidro.

Fotografia de autor desconhecido retirada do site de pesquisa da Câmara Municipal de Lisboa.




Farmácia iluminada por bicos de gás em vaporosas estatuetas femininas. A chaminé tem, na zona da chama, perfurações no vidro para maior entrada de ar. Estas chaminés surgem ocasionalmente em candeeiros a petróleo, o que é errado, visto serem especificamente para este tipo de queimadores.
Na moldura há um diploma da Exposição de Indústria e Progresso Paris 1911.

Fotografia de Alberto Carlos Lima retirada do site de pesquisa da Câmara Municipal de Lisboa.




Atelier do construtor civil e entalhador Frederico Augusto Ribeiro em 1902. O arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior encontra-se debruçado, lado esquerdo, sobre o estirador. Os candeeiros a gás são elegantes e por cima do estirador encontra-se um com dois braços e respectivos abat-jours em vidro, assegurando assim uma boa difusão de luz.
Frederico Augusto Ribeiro realizou diversas obras de marcenaria e talha para o Rei Dom Carlos, Rainha Dona Maria Pia e personalidades influentes da sociedade portuguesa.

Ilustração retirada do seguinte link:





Alfaiataria, em Lisboa, com candeeiros de tecto a gás e electricidade. Os bicos de gás são Welsbach brenner, conforme foi identificado por Monsieur Ara Kebapcioglu, grande especialista e comerciante sediado em Paris.

Fotografia de Alberto Carlos Lima retirada do site de pesquisa da Câmara Municipal de Lisboa.




Alfaiataria iluminada por um candeeiro de tecto eléctrico.

Fotografia de Alberto Carlos Lima retirada do site de pesquisa da Câmara Municipal de Lisboa.



Nestas fotografias comprova-se a variedade que havia na iluminação de Lisboa. As peças tinham uma função essencial, de dar luz, mas ao mesmo tempo eram peças de design sofisticado e elegantes.

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