domingo, 4 de outubro de 2015

Löwen Brenner da Jacob Hirschhorn de Berlim



Em Setembro deste ano um amigo partilhou comigo no Facebook um candeeiro antigo. À primeira vista não pareceu ser um bom exemplar mas, bastou-me um relance para compreender que era um bom candeeiro a petróleo do início do século XX.
O candeeiro em questão tem uma base, uma coluna, ambas em metal, e um reservatório aparentemente em cristal da Baccarat. Esta célebre manufactura francesa produziu reservatórios, globos, chaminés e candeeiros em cristal moldado, muito apreciados pela qualidade e pelo design em finais do século XIX para o XX.
O queimador foi um verdadeiro desafio. Não é comum e levou-me algum tempo a associar a marca no botão do regulador com as manufaturas antigas alemãs. Numa pesquisa consegui associar o queimador à Jacob Hirschhorn de Berlim. Depois de constatar a marca foi fácil identificar o queimador. Trata-se do Löwen Brenner, lançado para o mercado antes de 1893.
Na obra Die Deutsche Petroleum-Lampe in Wort und Bild de 1893, da autoria de Jacques Goldberg, o queimador é do tamanho 15, enrosca em anilhas para tamanho 14, a chaminé tem 47mm de diâmetro inferior e 250mm de altura, tem capacidade de luz equivalente a 36 velas e a torcida é plana para ser arredondada com 72mm de largura. A chaminé é comum a outros queimadores, como o Volks Brenner da Carl Holy por exemplo, e outros contemporâneos, podendo ainda ser adquirida no mercado. O espalhador é um disco com um espigão.
Em 1906 o queimador mantém as mesmas características anteriores mas incluem outro com o tamanho 12. Este tem o mesmo design mas a chaminé tem de diâmetro inferior 37mm e 210 de altura, a torcida tem 53mm de largura e enrosca em anilhas para tamanho 10. O espalhador manteve a mesma forma.
Na obra Die Deutsche Lampe in Wort und Bild, publicada em 1911 da autoria de Jacques Goldberg, o queimador é o mesmo, as mesmas medidas anteriores mas, o espalhador muda para um cilindro com perfurações e chapéu.
A chaminé está marcada Cristal Oliveira Cardoso & ca., de Lisboa Sol (Registada) Superba 12.




Pagina 9 do catálogo de 1895 dos armazéns A. Naud em Paris. Os reservatórios espiralados e outros são visíveis em candeeiros de coluna em mármore e latão.




O Löwen Brenner na obra Die Deutsche Petroleum-Lampe in Wort und Bild de 1893, da autoria de Jacques Goldberg, página 22.




O mesmo queimador na obra Die Deutsche Lampe in Wort und Bild de 1906, da autoria de Jacques Goldberg, página 34.




O queimador na obra Die Deutsche Lampe in Wort und Bild de 1911, da autoria de Jacques Goldberg, página 64 e a mudança notória do espalhador.




O candeeiro, quatro perspetivas. Fotografias por José Daniel Soares Ferreira.




O reservatório, três perspetivas. Fotografias por José Daniel Soares Ferreira.




O queimador, quatro perspetivas. Fotografias por José Daniel Soares Ferreira.




A chaminé.

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